sábado, novembro 18, 2006

POSIÇÃO DO SE DÊ CONTA DIANTE DA MORTE DA MODELO ANORÉXICA

Diante da polêmica sobre a morte da modelo anoréxica queremos expressar nossa opinião como profissionais que atuam na área de tratamento e prevenção de Transtornos Alimentares.
Discutiu-se nos últimos dias muito se muitas modelos possuem Transtornos Alimentares. De fato esse é um meio onde a magreza é super valorizada, sendo inclusive uma condição imprescindível para o sucesso na profissão.
Há uma distorção na forma como o corpo da modelo é percebido pela sociedade. O corpo normal é visto como gordo e o corpo magérrimo é visto como normal e ideal.
Em vez de focar nessa questão a mídia têm afirmado que poucas modelos tem transtornos alimentares e que a maioria delas é naturalmente magra e não apresenta nenhum problema.
A questão é outra: modelo é “modelo”. Modelo significa servir de exemplo. Servir de exemplo de beleza, de corpo e de sucesso.
Se a maioria das modelos tem a “sorte” de ser naturalmente magra, a maioria das mulheres sofre fisicamente e psicologicamente para alcançar essas idéias inatingíveis.
Pensamos que ao invés de discutir, nesse momento, se as modelos são ou não naturalmente magras este seria um bom momento para se discutir porque nossa sociedade escolhe a magreza extrema como modelo ideal de beleza.
A morte de Ana Carolina, também colocou a anorexia na pauta, com muitas matérias, depoimentos e entrevistas. Sim, é preciso alertar pais, educadores e sociedade sobre o problema dos Transtornos Alimentares. Mas é preciso também pensar em estratégias de prevenção, e já há iniciativas em nosso meio, conheçam nosso trabalho:

quinta-feira, novembro 16, 2006

SE DÊ CONTA 2006


SE DÊ CONTA 2006 - TERCEIRA SEMANA DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE TRANSTORNOS ALIMENTARES
Segundo estimativas, uma em cada 150 brasileiras sofre de bulimia e anorexia. Mas as pesquisas apontam que até 10% das mulheres jovens apresentam sintomas de algum tipo de transtorno alimentar.
Você conta calorias de tudo? Tenta dietas constantemente para chegar no peso “ideal”? Sobe na balança com freqüência? Morre de culpa quando come chocolates? Fica incomodada quando olha no espelho? Caso responda sim para alguma dessas perguntas, cuidado. Isso pode ser um sinal de que você apresenta obsessão por um padrão único de beleza. Essa busca obcecada por dietas não causa só sofrimento para muitas pessoas. Leva também aos chamados transtornos alimentares – doenças psiquiátricas cada vez mais comuns (sobretudo entre jovens) e que são consideradas quase uma epidemia.Para alertar a população sobre os transtornos alimentares - sobretudo as mulheres - foi realizada a 3a Semana de Semana de Conscientização sobre Transtornos Alimentares – SE DÊ CONTA. Entre os dias 24 e 30 de setembro, foram discutidos em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte temas como “ditadura da beleza” e “obrigatoriedade das dietas”. Consagrado em países como Estados Unidos e Canadá, o evento pela primeira vez ocorrerá simultaneamente em três capitais brasileiras.Os objetivos da SE DÊ CONTA são discutir padrões de beleza, informar sobre dietas e preocupações com peso, desfazer mitos difundidos e promover a aceitação corporal.Em nossa cultura, a magreza passou a ter outros significados, como controle sobre a vida e sobre si mesmo. Possuir um tamanho corporal acima do socialmente aceitável é associado à fraqueza, ao descontrole e à culpa.“A campanha esclarece que cada um de nós tem predisposição genética para um certo peso, forma e tamanho. Infelizmente, nossa cultura restringe o conceito de belo, fazendo com que quem não se encaixa nestes padrões rígidos seja discriminado”, explica a nutricionista.A SE DÊ CONTA é organizada por profissionais de saúde e comunicação do GENTA (Grupo de Estudos em Nutrição e Transtornos Alimentares), de São Paulo, e do NUTTRA (Núcleo de Transtornos Alimentares e Obesidade), do Rio de Janeiro. Em São Paulo neste ano de 2006 também haverá a participação do GATDA – Grupo de Apoio e Tratamento dos Distúrbios Alimentares. Em Belo Horizonte o GEPNAF - Grupo de Estudos e Pesquisas em Nutrição e Atividade Fí­sica foi o organizador do evento, e teve como parceiro o GOTA (Grupo Interdisciplinar de Obesidade e Transtornos Alimentares) do Hospital SOCOR. O evento tem o apoio de entidades como a APAN (Associação Paulista de Nutrição) Sinesp (Sindicato dos Nutricionistas de São Paulo) e patrocínio da Universidade Metodista de São Paulo.Durante a semana foram promovidas palestras públicas e debates com adolescentes, estudantes da área de saúde, freqüentadores de academias e pais de estudantes.